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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO

Lista (preparada pelo MEC) como uma "associação livre" e de forma rápida para o professor identificar os alunos “especiais”. Quem exibir consistentemente vários dos comportamentos tem fortes chances de apresentar “altas habilidades”.

1 Aprende fácil e rapidamente.
2 É original, imaginativo, criativo, não convencional.
3 Está sempre bem informado, inclusive em áreas não comuns.
4 Pensa de forma incomum para resolver problemas.
5 É persistente, independente, autodirecionado (faz coisa sem que seja mandado).
6 Persuasivo, é capaz de influenciar os outros.
7 Mostra senso comum e pode não tolerar tolices.
8 Inquisitivo e cético, está sempre curioso sobre o como e o porquê das coisas.
9 Adapta-se com bastante rapidez a novas situações e a novos ambientes.
10 É esperto ao fazer coisas com materiais comuns.
11 Tem muitas habilidades nas artes (música, dança, desenho etc.).
12 Entende a importância da natureza (tempo, Lua, Sol, estrelas, solo etc.).
13 Tem vocabulário excepcional, é verbalmente fluente.
14 Aprende facilmente novas línguas.
15 Trabalhador independente.
16 Tem bom julgamento, é lógico.
17 É flexível e aberto.
18 Versátil, tem múltiplos interesses, alguns deles acima da idade cronológica.
19 Mostra sacadas e percepções incomuns.
20 Demonstra alto nível de sensibilidade e empatia com os outros.
21 Apresenta excelente senso de humor.
22 Resiste à rotina e à repetição.
23 Expressa ideias e reações, frequentemente de forma argumentativa.
24 É sensível à verdade e à honra.

domingo, 5 de junho de 2011

O MEIO AMBIENTE AGRADECE SEUS CUIDADOS!

“Diagnóstico psicopedagógico: o desafio de montar um quebra-cabeça.”

O objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é identificar os desvios e os obstáculos básicos da aprendizagem do sujeito que o impedem de crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social.
Antes de iniciar as sessões com o sujeito faz-se uma entrevista contratual com a mãe e/ou o pai e/ou responsável, objetivando colher informações sobre a identificação da criança: nome, filiação, data de nascimento, endereço, nome da pessoa que cuida da criança, escola que frequenta, série, turma, horário, nome da professora, irmãos, escolaridade e idade dos irmãos.
Anota-se também o motivo da consulta, procura do psicopedagogo, indicação, atendimento anterior, expectativa da família e da criança, esclarecimento sobre o trabalho psicopedagógico, definição de local, data e horário para a realização das sessões e honorários.
A anamnese é uma das peças fundamentais deste quebra-cabeça que é o diagnóstico. Por ela nos serão reveladas informações do passado e presente do sujeito juntamente com as variáveis existentes em seu meio. Observaremos a visão da família sobre a história da criança, seus preconceitos, expectativas, afetos, conhecimentos e tudo aquilo que é depositado sobre o sujeito.
O diagnóstico possui uma grande relevância tanto quanto o tratamento. Ele mexe de tal forma com o paciente e sua família que, por muitas vezes, chegam a acreditar que o sujeito teve uma melhora ou tornou-se agressivo e agitado no decorrer do trabalho diagnóstico. Por isso devemos fazê-lo com muito cuidado, observando o comportamento e mudanças que isto pode acarretar no sujeito.
Para os profissionais que optam pela Epistemologia Convergente a anamnese deverá ser realizada somente após as provas piagetianas para não se deixar contaminar pelas informações trazidas pelos familiares sobre a vida da criança, o que poderia interferir no resultado do diagnóstico.
Para Visca, a EOCA deverá ser um instrumento simples, porém rico em seus resultados. Consiste em solicitar ao sujeito que mostre o que sabe fazer, o que lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer, utilizando-se de materiais dispostos sobre a mesa, após seguinte observação do entrevistador: “este material é para que você o use se precisar mostrar-me o que lhe falei que queria saber de você” (Visca, 1987, p.72).
Segundo Weis, o objetivo da anamnese é “colher dados significativos sobre a história de vida do paciente” (2003, p. 61). Consiste em entrevistar o pai e/ou a mãe, ou responsável para, a partir disso, extrair o máximo de informações possíveis sobre o sujeito, realizando uma posterior análise e levantamento do 3º sistema de hipóteses. Para isto, é preciso que seja muito bem conduzida e registrada.
O psicopedagogo deverá deixá-los à vontade “... para que todos se sintam com liberdade de expor seus pensamentos e sentimentos sobre a criança, para que possam compreender os pontos nevrálgicos ligados à aprendizagem”. (Id. Ibid.. 2003, p.62)
Deixá-los falar espontaneamente permite ao psicopedagogo avaliar o que eles recordam para falar, qual a seqüência e a importância dos fatos. Cabe ao psicopedagogo complementar ou aprofundar.
É importante iniciar a entrevista falando sobre a gravidez, pré-natal, concepção. Weis nos informa que “a história do paciente tem início no momento da concepção. Os estudos de Verny (1989) sobre Psicologia pré-natal e perinatal vêm reforçar a importância desses momentos na vida do indivíduo e, e algum modo, nos aspectos inconscientes de aprendizagem”. (2003, p.64)
Posteriormente, é importante saber sobre as primeiras aprendizagens não escolares ou informais, tais como: como aprendeu a usar a mamadeira, o copo, a colher: como e quando aprendeu a engatinhar, a andar, a andar de velocípede, a controlar os esfíncteres etc. A intenção é descobrir “em que medida a família possibilita o desenvolvimento cognitivo da criança – facilitando a construção de esquemas e deixando desenvolver o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação...” (Weis, 2003, p.66). 
È importantíssimo saber sobre a evolução geral da criança, como ocorreram as diversas fases de desenvolvimento, se houve defasagens, aquisição de hábitos, aquisição da fala, alimentação, horários de sono etc.
Para que se possa fazer um bom diagnóstico, todas as informações consideradas essenciais na anamnese devem ser registradas.
Encerrada a anamnese, o psicopedagogo levantará o 3º sistema de hipóteses. A anamnese deverá ser confrontada com todo o trabalho para se fazer a devolução do diagnóstico e o encaminhamento.
Quando se trata de uma criança, a devolução do diagnóstico é feita por meio de uma entrevista que se realiza primeiramente com a criança e depois com os pais. Segundo Weis os dados devem ser organizados em três áreas: pedagógica, cognitiva e afetivo-social.
É importante que se toque inicialmente nos aspectos mais positivos do paciente para que o mesmo se sinta valorizado. Depois deverão ser revelados os pontos causadores dos problemas de aprendizagem.
Posteriormente a esta conduta deverão ser mencionadas as recomendações e as indicações. Muitas vezes faz-se necessário o encaminhamento para mais de um profissional. Para não complicar a vida da família de baixa renda (nível socioeconômico baixo), o psicopedagogo deverá ter algumas indicações de instituições públicas, que ofereçam serviços gratuitos ou com diferentes formas de pagamento. Isso evitará que o problema levantado pelo diagnóstico fique sem uma posterior solução.
O informe é um laudo do que foi diagnosticado. Ele é solicitado muitas vezes pela escola, outros profissionais etc. Sua finalidade é resumir as conclusões a que se chegou em busca de respostas às perguntas que motivaram o diagnóstico.

Análise crítica

A realização da anamnese é importantíssima para que o psicopedagogo possa identificar, de maneira profunda e investigativa, os motivos que levaram o paciente a desenvolver certos quadros de dificuldades ou distúrbios de aprendizagem.
Concordo com Visca, quando diz que as aplicações das provas piagetianas, com crianças, devem ocorrer antes que a anamnese seja feita com os familiares das mesmas, pois o resultado do diagnóstico pode ficar seriamente comprometido por conceitos errôneos, contaminados pela enorme quantia de informações que a família passa ao psicopedagogo sobre o paciente.
É importante observar a temática, ou seja, tudo aquilo que o sujeito diz, porém, sem deixar de ver a dinâmica, ou seja, tudo aquilo que o sujeito faz: seus gestos, tom de voz, postura corporal etc. A forma de pegar o material, de sentar-se, de interagir com o profissional, são tão ou mais reveladores do que comentários feitos por familiares, por vezes, cansados do comportamento da criança, considerado por eles como anormal ou inadequado.
Como profissional, sou favorável às provas operatórias. Segundo Weis, elas têm como objetivo principal determinar o grau de aquisição de algumas noções básicas do desenvolvimento cognitivo e detectam o nível de pensamento alcançado pela criança, ou seja, o nível de estrutura cognoscitiva com que ela opera. (2003, p.106).
Considero também importante deixar o paciente se expressar espontaneamente, pois permite ao psicopedagogo avaliar o quanto ele recorda para falar, qual a sequência dos pensamentos e a importância dos fatos descritos. São momentos propícios para, além de revelar o grau de desenvolvimento cognitivo, afetivo-social e psicomotor, diagnosticar defasagens para futuras intervenções.
Finalizando, ao fazer a devolução da anamnese, ratifico a importância de mencionar primeiramente os aspectos positivos do paciente  e só depois relatar cuidadosamente os pontos negativos, como possíveis causadores dos problemas de aprendizagem. Agindo desta forma, evitará que o paciente reaja negativamente, inviabilizando a possibilidade de novas conquistas.

Fonte: ARAÚJO, S. S. M. M. “Diagnóstico psicopedagógico: o desafio de montar um quebra-cabeça.” Revista Psicologia Brasil, p. 32 – 35. Resenha de LEITE, O. S. de L.

domingo, 29 de maio de 2011

JOGOS NA EDUCAÇÃO: Vamos fazê-los?

Os jogos são importantes ferramentas na construção do pensamento lógico. Hoje, pretendo deixar aqui uma "receitinha" para a confecção de quatro jogos, uma contribuição do meu saudoso "tempo de acadêmica"...  Tempo de criar, desenvolver atividades, resolver com paixão as propostas e desafios lançados pelos professores, motivados pela beleza do ensinar e aprender...
Um abraço,
Olivia S. de Lima Leite

JOGO 1: LÍGUE 3

MATERIAL: 1 tabuleiro quadrado com 30 cm de lado, lápis, régua, tesoura, caneta hidrocor ou giz de cera colorido, papelão (ou e.v.a.) para confeccionar o tabuleiro, 3 peças de dois tipos diferentes para cada jogador (pedras, tampinhas de garrafa, moedas, outros...).


COMO DESENHAR O TABULEIRO: Fazer um quadrado com 30 cm de lado. Dividir ao meio em forma de + e depois em forma de ×, obtendo assim quatro quadrados de 15 cm, sendo que cada um deverá apresentar um × em seu interior. Marcar 13 pontos com caneta hidrocor, a partir do centro. Todos os pontos de encontro (ligação) deverão ser reforçados.


COMO JOGAR: Os dois jogadores, alternadamente, colocam 1 peça de cada vez sobre um ponto vago no tabuleiro. Quando as 6 peças tiverem sido colocadas, os jogadores revezam-se, movimentando 1 peça por vez ao longo de qualquer linha até o próximo ponto vago. Não é permitido saltar por cima de uma peça.
Cada jogador tenta fazer uma linha com suas 3 peças. Uma linha pode ser feita no sentido vertical ou horizontal, ou em uma das diagonais. São 8 maneiras (ao todo) de fazer uma linha.
O vencedor será o jogador que conseguir alinhar 3 peças primeiro. Se ninguém conseguir colocá-las, considera-se a partida empatada.


Nota: As peças para formar as linhas podem ser miniaturas de carrinhos ou de bichinhos. A criatividade fica por conta de quem joga.

JOGO 2: LÍDER NOTA 1.000


MATERIAL:
  • Cinco dados
REGRAS: Jogar no sentido horário, quando se tratar de mais de dois jogadores.
  • Cada participante deverá lançar os dados até atingir 100 pontos.
  • Inicia o jogo quem primeiro conseguir fazer os 100 pontos.
  • Os demais participantes devem continuar tentando até conseguir atingir 100 pontos ou mais.
  • Enquanto tirar o 1 ou o 5, o jogador poderá continuar a lançar os dados.
  • Quando num lançamento não aparecer o 1 ou o 5, o jogador perderá a vez.
  • Quando atingir 100 pontos o participante poderá parar ou continuar o jogo.

Nota: Aconselha-se a parar e passar a vez, pois o jogador corre o risco de perder tudo.

LANÇAMENTO DE DADOS:
           
            1 = 10
            5 = 50
Outros = Zero

Vence o jogo o participante que atingir primeiro 1.000 pontos (exatos).

 

JOGO 3: ALCANCE 10.000 

MATERIAL:
  • Cinco dados

REGRAS: Jogar no sentido horário, quando se tratar de mais de dois jogadores.
  • Cada participante deverá lançar os dados até atingir 500 pontos.
  • Inicia o jogo quem primeiro conseguir fazer os 500 pontos ou mais.
  • Os demais participantes devem continuar tentando até conseguir atingir 500 pontos ou mais.
  • Enquanto tirar o 1 ou o 5, o jogador poderá continuar a lançar os dados.
  • Quando num lançamento não aparecer o 1 ou o 5, o jogador perderá a vez.
  • Quando atingir 500 pontos o participante poderá parar ou continuar o jogo.


Observação: Aconselha-se a parar e passar a vez, pois o jogador corre o risco de perder tudo.

LANÇAMENTO DE DADOS:
           
            1 = 100
            5 = 50
Outros = Zero

Vence o jogo o participante que atingir primeiro 10.000 pontos (exatos).
 BÔNUS

1.      Se o jogador conseguir virar 3 dados com quantidades iguais, obterá os seguintes valores:

                                                Exemplo: 3 × 1 = 1.000
                                                                 3 × 2 = 200
                                                                 3 × 3 = 300
                                                                 3 × 4 = 400
                                                                 3 × 5 = 500
                                                                 3 × 6 = 600

  1. Se o jogador conseguir virar 4 dados com quantidades iguais, dobrará os valores estipulados para a jogada com 3 dados.
                                              
                                               Exemplo: 4 × 1 = 2.000
                                                                4 × 2 = 400
                                                                4 × 3 = 600
                                                                4 × 4 = 800
                                                                4 × 5 = 1.000
                                                                4 × 6 = 1.200

  1. Se o jogador conseguir virar 5 dados com quantidades iguais, independente do valor e do momento, ganha o jogo.

  1. Cada jogador (após ter conseguido iniciar a jogar) poderá comprar os pontos obtidos pelo jogador anterior, na última jogada, por 3 vezes, com a quantidade de dados que sobrar da jogada dele. Se conseguir tirar 1 ou 5, os pontos obtidos serão somados aos pontos comprados do jogador anterior, aumentando assim mais rapidamente a sua pontuação. O próximo jogador também poderá comprar a última pontuação obtida, até que alguém perca no lançamento dos dados ou os pontos ultrapassem aos que ele necessita para fechar os 10.000 pontos.

Por exemplo: se ele conseguiu fazer 1.200 pontos e sobrou apenas 1 dado, você poderá arriscar e comprar. Ao lançar apenas 1 dado e conseguir 1 ou 5, junta todos os dados e joga novamente. Se não tirar 1 ou 5, perde tudo o que comprou e o que tirou nesta rodada, porém, conserva os pontos conseguidos anteriormente. Portanto, o que já estava marcado não será perdido. Se o jogador anterior precisar apenas tirar poucos pontos para encerrar a partida e conseguir uma pontuação alta, a mesma não será válida nem para ele nem para ninguém comprar. Se você precisa de poucos pontos para fechar o jogo, também não poderá comprar.


JOGO 4: QUADRADOS TRI ALINHADOS


MATERIAL: papelão (ou e.v.a.) para confeccionar um tabuleiro quadrado (ou outro material firme), lápis, régua, tesoura, caneta hidrocor ou giz de cera colorido, 3 peças de dois tipos diferentes para cada jogador (pedras, tampinhas de garrafa, moedas, outros...).

COMO DESENHAR O TABULEIRO: O quadrado maior deverá ter no mínimo 30 cm de lado. Desenhar dois quadrados de menores dimensões em seu interior. Dividir ao meio em forma de +, deixando em branco o quadrado central (menor). Reforçar os 24 pontos de encontro das linhas de todos os quadrados.


COMO JOGAR: Distribuir 12 peças para cada participante. Os dois jogadores, alternadamente, colocam 1 peça de cada vez sobre um ponto vago no tabuleiro, tentando fazer uma seqüência de 3 peças no sentido vertical, horizontal, ou em uma das diagonais. As 3 peças podem ser alinhadas de 20 maneiras diferentes. O vencedor será o jogador que conseguir alinhar 3 peças mais vezes. Se ninguém conseguir colocá-las, considera-se a partida empatada.


Sugestão: usar como peças do jogo miniaturas de brinquedos ou animais, sementes, pedras, tampinhas de garrafa forradas com duas cores diferentes. As regras do jogo também poderão ser mudadas. A criatividade é sua.
 Nota: Tenho mais jogos, mas não consigo passar os desenhos para a postagem, eles não aparecem. Pensarei em uma forma de adicionar modelos nas próximas postagens, talvez fotos... Olivia

sexta-feira, 27 de maio de 2011

APRESENTANDO O PET ALEX...

SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT COM INÍCIO NA VIDA ADULTA?

Introdução
Samuel Auguste Tissot, médico suiço, descreveu em seu Traité de L'épilepsie publicado em 1770, o caso de um menino de 11 anos de idade cuja epilepsia havia iniciado aos 18 meses de vida, sendo o seu quadro clínico caracterizado por abalos mioclônicos, drop attacks e períodos de imobilidade fugaz. Tais achados foram acompanhados de deterioração mental progressiva10. Esta descrição pode ser considerada como o primeiro relato da condição conhecida nos dias atuais pelo epônimo de síndrome de Lennox-Gastaut (SLG). Entre os anos 40-60, Lennox percebeu pioneiramente a correlação clínico-eletroencefalográfica entre o que havia anteriormente chamado de variante de pequeno mal (complexos ponta-onda lentos) e uma enfermidade peculiar da infância caracterizada por crises epilépticas de diferentes tipos e deterioração cognitiva, cujo prognóstico era sombrio11-13. Posteriormente, os estudos de Gastaut e colaboradores contribuiram para o estabelecimento dos critérios clínicos e do eletroencefalograma (EEG) típico desta entidade: início na primeira década de vida, na grande maioria se dará entre 1 e 6 anos de idade; múltiplos tipos de crises epilépticas (crises tipo drop attacks embora não patognomônicas são altamente sugestivas); anormalidades eletroencefalográficas características; deterioração mental exibida senão por todos, pela maioria dos seus sofredores7. A síndrome foi definitivamente reconhecida durante o XIV European Meeting on EEG Information realizado em setembro de 1966 e, neste evento, por sugestão da filha de Lennox, o epônimo Lennox-Gastaut recebeu ampla aceitação. Gastaut sugere que a prevalência da síndrome seja em torno de 6% de todas as epilepsias e corresponda aproximadamente a 10% das epilepsias vistas na infância8. Todavia, desde o seu reconhecimento como condição ímpar, este diagnóstico tem sido utilizado com freqüência para abrigar quadros nosológicos distintos tendo em comum os complexos ponta-onda lentos. Em decorrência disso, esforços tem sido dirigidos para a individualização clínica das epilepsias que apesar de apresentarem alterações eletrográficas similares, representam condições com prognósticos diferentes1,4,6,16. Paralela a esta discussão, síndromes epilépticas idênticas tem sido descritas iniciando-se em pacientes adultos2,3,14,19,20.
Com o intuito de contribuir para o debate em torno deste fascinante e controverso tema, este registro trata de um caso que preenche todos os requisitos para o diagnóstico da SLG, exceto em relação a idade: o paciente iniciou sua síndrome epiléptica aos 20 anos de idade, poucos dias após ter sofrido acidente com trauma crânio-encefálico (TCE).
OBSERVAÇÃO
IT, paciente de 28 anos de idade, branco, destro, marinheiro aposentado, foi encaminhado para avaliação por epilepsia refratária e para o esclarecimento de frequentes estados confusionais agudos. Diagnóstico de psicose epiléptica havia sido feito no passado para justificar as alterações periódicas de comportamento apresentadas pelo paciente, propiciando um ensaio com drogas neurolépticas. Este, além de desencadear parkinsonismo iatrogênico, exacerbou suas crises epilépticas. Nesses episódios, que se iniciavam bruscamente, IT assumia condutas bizarras, confabulava, e confuso deambulava a esmo. Tais alterações podiam prolongar-se por alguns minutos, várias horas, algumas vezes até dias, sendo o paciente totalmente incapaz para recordar delas após a recuperação da consciência. Esta geralmente reaparecia após uma crise generalizada tônico-clônica ou depois de um período de sono. Suas crises epilépticas iniciaram-se duas semanas após TCE grave acontecido aos 20 anos de idade, ocasião em que permaneceu inconsciente por três dias. Desde sua primeira crise, tipo tônico-clônica, ele vem tendo ataques incontroláveis de tipos diferentes. Clinicamente suas crises foram classificadas como: generalizadas tônico-clônicas (ao menos um episódio/mês); ausências atípicas (2 a 5 episódios/dia) e drop attacks (quase diariamente). Estes últimos iniciaram-se aproximadamente três anos após a primeira crise e representam no momento o componente mais agressivo da sua síndrome epiléptica. Além disso, desde há cerca de dois anos começou a apresentar regularmente os episódios confusionais descritos acima. Sua história mórbida prévia ao TCE, cronologicamente correlacionado com o aparecimento da epilepsia, era inexpressiva e entre seus familiares não havia história de enfermidade neurológica. No passado tinha utilizado carbamazepina, clonazepam, fenitoína, fenobarbital, primidona e valproato de sódio; drogas empregadas em regime de monoterapia ou em distintas combinações, sem qualquer benefício, exceto por melhora inicial quando da introdução de valproato de sódio. Todavia, desenvolveu posteriormente efeitos colaterais importantes que levaram a supressão desta droga. Na admissão, exames clínico geral e neurológico não exibiam anormalidades. Estudos complementares rotineiros de sangue (hemograma, glicemia, creatinina, VHS, transaminases, sódio, cálcio e potássio) foram normais. Tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética de crânio (RM) foram normais. Testes neuropsicológicos evidenciavam franca disfunção cognitiva, com significativa discrepância de QI quando comparado a estimativa pré-mórbida. Alterações eletrográficas eram proeminentes, com incursões de ondas theta e delta no ritmo de base; complexos ponta-onda lentos (2Hz) sendo identificados; surtos de ondas rápidas, sincrônicas e bilaterais, mais acentuadas em regiões frontais, foram vistas freqüentemente durante o sono. A hiper-ventilação não desencadeou complexos ponta-onda lentos e a foto estimulação intermitente não trouxe resposta. Com o auxílio da vídeo-telemetria foi possível identificar que seus drop attacks eram a expressão de crises tônicas, atônicas e, mais raramente mioclônicas. Durante o período de hospitalização, IT apresentou dois episódios confusionais prolongados, similares aos descritos quando da sua internação. Em ambas as ocasiões, O EEG mostrava atividade ictal generalizada e o uso de diazepam endovenoso levou a pronta recuperação da consciência, melhora esta que poderia ser correlacionada com acentuada mudança do padrão eletrográfico. Consequentemente, diagnóstico de status epilepticus não convulsivo foi feito e aplicado retrospectivamente para explicar as alterações comportamentais episódicas que o paciente teve no passado. Uma tentativa com vigabatrina resultou em piora acentuada do quadro, obrigando sua supressão poucos dias após a sua introdução. Um melhor controle da sua condição foi obtido com a combinação de carbamazepina, fenitoína e clobazam; resultando em abolição dos status epilepticus e redução das crises tônico-clônicas e das ausências atípicas. Entretanto, persiste apresentando drop attacks semanais e uma lenta e gradativa deterioração das funções cognitivas têm sido detectadas ao longo do seguimento ambulatorial.
Comentários
A entidade identificada nos dias de hoje pelo epônimo de Lennox-Gastaut pode ser sumarizada como segue:
1.      Repetição freqüente de diferentes tipos de crises epilépticas, geralmente motoras, sendo tipicamente diagnosticada na infância. A imensa maioria dos seus sofredores inicia suas crises entre 1 e 6 anos de idade e o começo na infância é, segundo a maioria dos autores, um dos principais critérios para o seu diagnóstico7,13,15. Os pacientes em sua maior parte são ou se tornarão deficientes mentais.
  1. As crises, comumente refratárias a terapêutica com qualquer das DAEs disponíveis, devem incluir ao menos duas dos seguintes tipos: tônicas, atônicas, mioclônicas e ausências atípicas. Crises epilépticas tipo drop attacks (crises astáticas), embora não patognomônicas são consideradas sugestivas desta condição e podem ser provocadas por componentes atônicos, tônicos, mioclônicos ou espasmos em flexão18. Uma identificação precisa de qual destes componentes é o responsável pelas quedas num paciente em particular é frequentemente difícil e poderá requerer sua monitorização intensiva. Porém, espasmos flexores e crises tônicas parecem ser mais preponderantes como causadores de drop attacks epilépticos em pacientes com a SLG9,18. Status epilepticus convulsivos e não convulsivos são intercorrências frequentes na evolução da SLG. Há inclusive a descrição de 5 tipos distintos de status apresentados por esses peculiares pacientes.
  2. O EEG deve exibir complexos ponta-onda lentos (menos que 3/Seg) que poderão ser generalizados, lateralizados e mais raramente focais. Além disso, a identificação de surtos de ondas rápidas (10-25/seg), sincrônicas, bilaterais e repetitivas durante o sono, outrora descritas como descargas de grande mal, embora não exclusiva desta condição é bastante sugestiva da mesma. Apesar da análise isolada do EEG não ser diagnóstica para nada, cabe realçar que os achados combinados de ponta-onda lenta e descargas difusas de poli-pontas rápidas e bilaterais, com predomínio frontal e proeminentes durante o sono, são alterações marcantemente sugestivas da SLG.
  3. Sua etiologia permanece uma incógnita; contudo, em certo número de pacientes será possível identificar um insulto ou lesão cerebral prévia ao início das crises. Estudos anatomopatológicos tem fracassado em demonstrar um defeito estrutural causal na SLG e um distúrbio metabólico ainda incógnito tem sido sugerido como desencadeante do problema7,21.
Excetuando o critério da idade, o paciente IT preenche todos os requisitos clínicos e de EEG para o diagnóstico da SLG. Sua síndrome epiléptica iniciou aos 20 anos de idade e apresenta como características marcantes a combinação de drop attacks frequentes, ausências atípicas e crises generalizadas tônico-clônicas. Além disso, tinha episódios de status epilepticus não convulsivo e testes neuropsicológicos seriados demonstravam deterioração gradativa das funções cognitivas. As alterações eletrográficas observadas igualmente suportam esta possibilidade diagnóstica.
Drop attacks epilépticos possuem vasta sinonímia e são classificados como crises generalizadas, e isso parece ser verdade em nosso paciente. Tais crises são geralmente associadas a SLG; entretanto, poderão ocasionalmente ser a expressão de outras síndromes epilépticas e terem origem focal19. Esta é muito provavelmente a mais dramática das crises de epilepsia, responsável por ferimentos graves e independendo da síndrome epiléptica onde está inserida, tem como regra ser refratária a qualquer tratamento; conforme notado neste paciente.
Curiosamente a revisão da literatura mostra a existência de pequeno número de pacientes que como no presente caso, apesar de terem todas as exigências para o diagnóstico de SLG, iniciaram suas crises durante a adolescência ou já adultos2,3,14,19,20. De modo semelhante àqueles pacientes que iniciam as crises durante a infância, estes pacientes também têm sua evolução marcada por frequentes episódios de status epilepticus convulsivos e não convulsivos, como exibido pelo paciente IT. Aliás, o presente caso serve também para ilustrar o quão perigoso é o rótulo de "psicose epiléptica"; pois o não reconhecimento de status epilepticus não convulsivo, uma condição que parece ser bem mais frequente do que se acreditava até recentemente, poderá conduzir ao diagnóstico de enfermidade psiquiátrica com catastróficas consequências para suas vítimas.
Em nosso paciente, assim como naqueles com SLG-like iniciando na vida adulta, refratariedade ao tratamento tem sido a regra, tal como visto em típicos pacientes com a SLG. Bauer et al., externaram que... Os pacientes com SLG-like iniciando na vida adulta têm deterioração moderada, principalmente quando comparados as clássicas SLG da infância3. Isto não se aplica ao nosso caso, no qual óbvio comprometimento progressivo das funções cognitivas pode ser constatado. Por outro lado, estudos complementares apropriados (TC e RM) não demonstraram anormalidades e assim, um fator metabólico ainda incógnito gerado pelo insulto cerebral representado pelo TCE, poderia ser aventado para justificar o quadro apresentado por nosso paciente.
Finalizando, gostaríamos de observar que uma síndrome, por definição, não é uma doença; frequentemente tem seus limites imprecisos e seus componentes poderão sofrer considerável variação. Assim, estabelecer critérios rígidos para o seu diagnóstico poderá resultar em controvérsia. Porém, caso estes critérios sejam relaxados abusivamente, síndromes classicamente descritas poderão ser transformadas em uma espécie de "saco de gatos", tamanha a heterogeneidade das condições que poderão ser abrigadas sob um mesmo nome. Em se tratando da SLG é mister reconhecer os vários indícios de que este rótulo está sendo equivocadamente utilizado para abrigar condições epilépticas distintas. Parece ser imperativo, até mesmo para a preservação de SLG como entidade nosológica ímpar, que suas fronteiras sejam delimitadas. Para tal, embora potencialmente polêmica, a individualização clínica das várias condições epilépticas que apesar de alterações eletrográficas similares possuem prognósticos diferentes é uma necessidade elementar. Além disso, deve a idade do início das crises ser mantida como um dos critérios diagnósticos desta síndrome? Devemos continuar chamando a condição que se inicia na vida adulta, indistinguível clínica e eletrograficamente da SLG típica da infância, de SLG-like? Desde que refratariedade ao tratamento é a regra observada em ambos os grupos, estas questões podem parecer irrelevantes; entretanto, caso estes pacientes com SLG-like sejam aceitos como legítimos portadores da SLG clássica, muitos conceitos teriam de ser revistos. Principiando pelo nome dado por Gastaut e colaboradores em 66... Encefalopatia epiléptica da infância com ponta-onda difusa5, passando pelos mecanismos fisiopatogênicos propostos... Esta afecção (SLG) é o produto de uma reação do cérebro infantil a alguma agressão cerebral crônica5, e assim por diante. Isto por si só é ilustrativo da importância desta discussão.
Agradecimentos
Este artigo foi financiado pela National Society for Epilepsy of United Kingdom, Londres/Inglaterra, entidade a qual os autores gostariam de expressar público reconhecimento e gratidão. O Dr. David Fish foi fundamental na interpretação das alterações eletrográficas.
Referências 
1.      Aicardi J. The problem of the Lennox-Gastaut syndrome. Dev Med Child Neurol 15:77, 1973.
  1. Bauer G, Aichner F, Saltuari L. Epilepsies with diffuse slow spikes and waves of late onset. Eur Neurol 22:344, 1983.
  2. Bauer G, Benke T, Bohr K. The Lennox-Gastaut syndrome in adulthood. In Niedermeyer E, Degen R (eds): The Lennox-Gastaut Syndrome. Alan Liss, New York, 1988, pg 317.
  3. Beaumanoir A. Les limites nosologiques du syndrome de Lennox-Gastaut. Ver EEG Neurophysiol 11:468,1981.
  4. Beaumanoir A, Foletti G, Magistris M, Volanschi D. Status epilepticus in the Lennox-Gastaut syndrome. In Niedermeyer E, Degen R (eds): The Lennox-Gastaut Syndrome. Alan Liss, New York, 1988, pg 283.
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  6. Gastaut H, Roger J, Soulayrol R, Tassinari C, Regis H, Dravet C, Bernard R, Pinsard N, Saint-Jean M. Childhood epileptic encephalopathy with diffuse slow spike-waves (otherwise know as "petit mal variant") or Lennox syndrome. Epilepsia 7:139,1966.
  7. Gastaut H, Gastaut JL, Gonçalves e Silva GE, Fernandez Sanches GR. Relative frequency of different types of epilepsy: a study employing the classification of the International League Against Epilepsy. Epilepsia 16:457, 1975.
  8. Ikeno T, Shigematsu H, Miyakoshi M, Ohba A, Yagi K, Seino M. An analytic study of epileptic falls. Epilepsia 26:612,1985.
  9. Karbowski K. Developments in epileptology in the 18th and 19th century prior to the delineation of the Lennox-Gastaut syndrome. In Niedermeyer E, Degen R (eds): The Lennox-Gastaut Syndrome. Alan Liss, New York, 1988, pg 1.
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  13. Lipinsky CG. Epilepsies with astatic seizures of late onset. Epilepsia 18:13, 1977.
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  21. Sander JWAS, Trevisol-Bittencourt PC, Hardt Y, Shorvon SD. Vigabatrin as an add-on drug in the management of severe epilepsy. Abstracts 18th International Epilepsy Congress, New Delhi, 1989.

FONTE:  www.neurologia.ufsc.br
Dr. Paulo Cesar Trevisol-Bittencourt
Centro de Estudos do HU/UFSC
88040 - 970 Florianópolis/SC
 

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Termos e significados usados na psicopedagogia e áreas afins

O conhecimento de alguns termos é de fundamental importância para profissionais da área de educação e saúde mental. Pensando nisso selecionamos abaixo alguns termos para que possam servir de consulta. Não é nossa intenção explanar sobre cada um deles, mas apresentar apenas um breve significado. Cabe ao profissional buscar outras fontes para se aprofundar sobre causas, sintomas e tratamentos.
·         Aprendizagem - É o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maturo, que se expressa diante de uma situação-problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência.
·         Agnosia - Etimologicamente, a falta de conhecimento. Impossibilidade de obter informações através dos canais de recepção dos sentidos embora o órgão do sentido não esteja afetado. Ex. a agnosia auditiva é a incapacidade de reconhecer ou interpretar um som mesmo quando é ouvido. No campo médico está associada com uma deficiência neurológica do sistema nervoso.
·         Afasia - Perda da capacidade de usar ou compreender a linguagem oral. Está usualmente associada com o traumatismo ou anormalidade do sistema nervoso central. Utilizam-se várias classificações tais como afasia expressiva e receptiva, congênita e adquirida.
·         Agrafia - Impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos por escrito.
·         Alexia - Perda da capacidade de leitura de letras manuscritas ou impressas.
·         Anamnese - Levantamento dos antecedentes de uma doença ou de um paciente, incluindo seu passado desde o parto, nascimento, primeira infância, bem como seus antecedentes hereditários.
·         Anomia - Impossibilidade de designar ou lembrar-se de palavras ou nome dos objetos.
·         Anorexia - Perda ou diminuição do apetite.
·         Anoxia - Diminuição da quantidade de oxigênio existente no sangue.
·         Apnéia - Paragem voluntária dos movimentos respiratórios: retenção da respiração.
·         Apraxia - Impossibilidade de resposta motora na realização de movimento com uma finalidade. A pessoa não realiza os movimentos apesar de conhecê-lo e não ter qualquer paralisia.
·         Ataxia - Dificuldade de equilíbrio e de coordenação dos movimentos voluntários.
·         Autismo - Distúrbio emocional da criança caracterizada por incomunicabilidade. A criança fecha-se sobre si mesma e desliga-se do real impedindo de relacionar-se normalmente com as pessoas. Num diagnóstico incorreto pode ser confundido com retardo mental, surdo-mudez, afasia e outras síndromes.
·         Bulimia - Fome exagerada de causa psicológica.
·         Catarse - Efeito provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional ou traumatizante até então reprimida.
·         Catatonia - Síndrome complexa em que o indivíduo se mantém numa dada posição ou continua sempre o mesmo gesto sem parar. Persistência de atitudes corporais sem sinais de fadiga.
·         Cinestesia - Impressão geral resultante de um conjunto de sensações internas caracterizado essencialmente por bem-estar ou mal-estar.
·         Complemento (Closure) - Capacidade de reconhecer o aspecto global, especialmente quando uma ou mais partes do todo está ausente ou quando a continuidade é interrompida por intervalos.
·         Consciência fonológica - Denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende dois níveis:
1. A consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras; as palavras, em sílabas e as sílabas, em fonemas.
2. A consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras faladas (rima, por exemplo).
·         Coordenação viso-motora - É a integração entre os movimentos do corpo (globais e específicos) e a visão.
·         Disartria - Dificuldade na articulação de palavras devido a disfunções cerebrais.
·         Discalculia - Dificuldade para a realização de operações matemáticas usualmente ligadas a uma disfunção neurológica, lesão cerebral, deficiência de estruturação espaço-temporal.
·         Disgrafia - Escrita manual extremamente pobre ou dificuldade de realização dos movimentos motores necessários à escrita. Esta disfunção está muitas vezes ligada a disfunções neurológicas.
·         Dislalia - É a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.
·         Dislexia - Dificuldade na aprendizagem da leitura, devido a uma imaturidade nos processos auditivos, visuais e tatilcinestésicos responsáveis pela apropriação da linguagem escrita.
·         Disortografia - Dificuldade na expressão da linguagem escrita, revelada por fraseologia incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na compreensão e na expressão da linguagem escrita.
·         Disgnosia - Perturbação cerebral comportando uma má percepção visual.
·         Dismetria - Realização de movimentos de forma inadequada e pouco econômica.
·         Dispnéia - Dificuldade de respirar.
·         DSM IV - É a classificação dos Transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria. Descreve as características dos transtornos apresentando critérios diagnósticos. Ver o DSM IV no site psiqueweb: http://gballone.sites.uol.com.br/
·         Ecolalia - Imitação de palavras ou frases ditas por outra pessoa, sem a compreensão do significado da palavra.
·         Ecopraxia - Repetição de gestos e praxias.
·         Enurese - Emissão involuntária de urina.
·         Esfíncter - Músculo que rodeia um orifício natural. Em psicanálise, na fase anal está ligado ao controle dos esfíncteres.
·         Espaço-temporal - orientar-se no espaço é ver-se e ver as coisas no espaço em relação a si próprio, é dirigir-se, é avaliar os movimentos e adaptá-los no espaço. É a consciência da relação do corpo com o meio.
·         Etiologia - Estudo das causas ou origens de uma condição ou doença.
·         Figura fundo - Capacidade de focar visivelmente ou aditivamente um estímulo, isolando-o perceptivamente do envolvimento que o integra. Ex. identificar alguém numa fotografia do grupo ou identificar o som de um instrumento musical numa melodia.
·         Gagueira ou tartamudez - distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetições de sons, sílabas, palavras ou frases. É acompanhada rapidamente por tensão muscular, rápido piscar de olhos, irregularidades respiratórias e caretas. Atinge mais homens que mulheres.
·         Gnosia - Conhecimento, noção e função de um objeto. Segundo Pieron toda a percepção é uma gnosia.
·         Grafema - Símbolo da linguagem escrita que representa um código oral da linguagem.
·         Hipercinesia - Movimento e atividade motora constante e excessiva. Também designada por hiperatividade.
·         Hipocinesia - Ausência de uma quantidade normal de movimentos. Quietude extrema.
·         Impulsividade - Comportamento caracterizado pela ação de acordo com o impulso, sem medir as conseqüências da ação. Atuação sem equacionar os dados da situação.
·         Lateralidade - Bem estabelecida - implica conhecimento dos dois lados do corpo e a capacidade de os identificar como direita e esquerda.
·         Linguagem interior - O processo de interiorizar e organizar as experiências sem ser necessário o uso de símbolos lingüísticos. Ex.: o processo que caracteriza o analfabeto que fala, mas não lê nem escreve.
·         Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança.
·         Maturação - É o desenvolvimento das estruturas corporais, neurológicas e orgânicas. Abrange padrões de comportamento resultantes da atuação de algum mecanismo interno.
·         Memória - Capacidade de reter ou armazenar experiências anteriores. Também designada como "imagem" ou "lembrança".
·         Memória cinestésica - É a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários à realização gráfica. À medida que a criança entra em contato com o universo simbólico (leitura e escrita) vão ficando retidos em sua memória os diferentes movimentos necessários para o traçado gráfico das letras.
·         Morfema - É a menor unidade gramatical. Na palavra infelicidade encontramos três elementos menores cada um chamado de morfema: in (prefixo), felic (radical), idade (sufixo). Os morfemas são utilizados para construir outras palavras: o prefixo in é utilizado em outras palavras como invariável, invejável, inviável, por exemplo.
·         Mudez - É a incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central, atingindo a formulação e a coordenação das idéias e impedindo a sua transmissão em forma de comunicação verbal. Em boa parte dos casos o mutismo decorre de problemas na audição. Os fatores emocionais e psicológicos também estão presentes em algumas formas de mudez. Na mudez eletiva a criança fica muda com determinadas pessoas ou em determinadas situações e em outras não.
·         Paratonia - É a persistência de uma certa rigidez muscular, que pode aparecer nas quatro extremidades do corpo ou somente em duas. Quando a criamnça caminha ou corre, os braços e as pernas se movimentam mal e rigidamente.
·         Percepção - processo de organização e interpretação dos dados que são obtidos através dos sentido.
a) Percepção da posição - do tamanho e do movimento de um objeto em relação ao observador.
b) Percepção das relações espaciais - das posições a dois ou mais objetos.
c) Consistência perceptiva - capacidade de precisão perceptiva das propriedade invariantes dos objetos como, por exemplo: forma, posição, tamanho etc.
d) Desordem perceptiva - Distúrbio na conscientização dos objetos, suas relações ou qualidade envolvendo a interpretação da estimulação sensorial.
e) Deficiência perceptiva - Distúrbio na aprendizagem, devido a um distúrbio na percepção dos estímulos sensoriais.
f) Perceptivo-motor - Interação dos vários canais da percepção como da atividade motora. Os canais perceptivos incluem: o visual, o auditivo, o olfativo e o cinestésico.
g) Percepção visual - Identificação, organização e interpretação dos dados sensoriais captados pela visão.
h) Percepção social - Capacidade de interpretação de estímulos do envolvimento social e de relacionar tais interpretações com a situação social.
·         Preservação - Tendência de continuar uma atividade ininterruptamente; manifesta-se pela incapacidade de modificar, de parar ou de inibir uma dada atividade, mesmo depois do estímulo causador ter sido suprimido.
·         Problemas de aprendizagem - São situações difíceis enfrentadas pela criança com um desvio do quadro normal mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo (alunos multirrepetentes).
·         Praxia - Movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtenção de um fim ou de um resultado determinado.
·         Rinolalia - Caracteriza-se por uma ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
·         Ritmo - Habilidade importante, pois dá à criança a noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas.
·         Sincinesia - É a participação de músculos em movimentos aos quais eles não são necessários. Ex.: coloca-se um objeto numa mão da criança e pede-se que ela aperte, a outra mão também se fechará ao mesmo tempo. Ficar sobre um só pé, para ela é impossível. Há descontinuidade nos gestos, imprecisão de movimentos nos braços e pernas, os movimentos finos dos dedos não são realizados e, num dado ritmo, não podem ser reproduzidos através de atos coordenados, nem por imitação.
·         Sintaxe - Parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso , bem como a relação lógica das frases entre si e a correta construção gramatical ; construção gramatical (Dicionário Aurélio)
·         Sinergia - Atuação coordenada ou harmoniosa de sistemas ou de estruturas neurológicas de comportamento.
·         Somestésico - Relativo à sensibilidade do corpo.
Bibliografia:

FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.